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domingo, 18 de outubro de 2009

Abílio Pacheco - Riscos no barro: ensaios literários




Recebi, e quero compartilhar com os amigos da Confraria, o e-mail do escritor Abílio Pacheco que fala sobre premiação recebida em concurso nacional e do lançamento do seu próximo livro Riscos no barro: ensaios literários.
Parabéns ao Abílio por mais essas vitórias e peço licença para publicar aqui o seu poema premiado Escrituras.


"Boa noite,

Mais uma vez venho compartilhar com você uma alegria em literatura.
A Editora Litteris enviou-me correspondência informando que meu poema "Escritura" foi classificado em segundo lugar nacional no no Concurso Literário Brasil Poeta.
O primeiro lugar ficou com Fabiana Guaranho (do Rio de Janeiro) e o terceiro lugar com Fernando de Castro Dutra (de Águas Claras - DF).
O poema pode ser lido em http://mosaicoprimevo.wordpress.com/2009/01/22/escritura/ e a correspondência enviada pode vista em: http://abiliopacheco.wordpress.com/files/2009/10/litteris-concurso.jpg.
Aproveito o ensejo para comunicar que estou com um novo trabalho no prelo (capa em anexo), com lançamentos previstos:
* na Jornada de Letras em Abaetetuba (dia 03 de novembro); * na XIII Feira PanAmazônica do Livro (11 de novembro às 19:00 no stand do escritor paraense); * e na XI Feira do Livro em Marabá (de 26 a 28 de novembro).
Trata-se de um livro de ensaios destinado principalmente a alunos de graduação em Letras e tem textos resultados de pesquisa de Iniciação Científica e outros escritos durante o Mestrado em Estudos Literários.
O livro se chama Riscos no barro: ensaios literários que versam sobre: *autor, *narrador, *narratário, *sobre o romance 'O Minossauro', do paraense Benedicto Monteiro, *sobre 'Lucíola', de José de Alencar, e *3 ensaios sobre Chico Buarque (o mais importante: À urbes buarqueanas: das cidades utópicas à distopia singular).
O livro no(s) lançamento(s) custará na feira R$ 25,00.
Interessados em adquirir um exemplar na pré-venda (R$ 20,00) devem enviar email para riscosnobarro@bol.com.br e solicitar informações.
Saudações Literárias,
Abilio Pacheco
www.abiliopacheco.com.br"







Escritura
A Eliton Moreira e Ademir Braz


Tecer versos é, por força, fazer sulcos em penedos,
Singrar as pedras todas do mar de si ao avesso,
Derramar suores em gotas no fero vigor do remo.


É ferir, à quilha da fragata, as artérias espumosas
Das altas internas vagas. É navegar por entre as rochas
E extrair exangues lascas — vergões por dentro e por fora.


É talhar a cerrados pulsos as pedras finas, mas duras.
E lapidar relevos pulcros em fendas pouco profundas.
É um árduo trabalho infruto, que só lega palmas sujas.


Mas é preciso fazê-lo! Alguém deve abrir as ostras
Abismadas em seu peito para juntá-las a outras
Iguais na casca e no meio, mesmo que estejam ocas.


Por fim: crer que vale a pena mineralizar as lavras
Como fulcros ao poema e inertes todas deixá-las
Inativas pelas fendas — palavras amortalhadas.


Para que tu, só tu possas sugar o cerne dos versos
Acumulados em poças pelos teus olhares tétricos
Que desmineram as horas e se desmentem eternos.


In: Pacheco, Abilio. Mosaico Primevo. Belém: Ed. do autor, 2008, pág. 15.

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