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sexta-feira, 15 de maio de 2009

Alberto da Cunha Melo

CANTO DOS EMIGRANTES

Com seus pássaros
ou a lembrança de seus pássaros,
com seus filhos
ou a lembrança de seus filhos,
com seu povo
ou a lembrança de seu povo,
todos emigram.

De uma quadra a outra
do tempo,
de uma praia a outra
do Atlântico,
de uma serra a outra
das cordilheiras,
todos emigram.

Para o corpo de Berenice
ou o coração de Wall Street,
para o último templo
ou a primeira dose de tóxico,
para dentro de si
ou para todos, para sempre
todos emigram.
Alberto da Cunha Melo


Este poema foi selecionado, por José Nêumanne Pinto, para a antologia Os Cem Melhores Poetas Brasileiros do Século – São Paulo, Geração Editorial, 2001.
No ano de 2006, Alberto da Cunha Melo assinou contrato de Direitos Autorais com o grupo musical Cordel do Fogo Encantado, que incluiu esse mesmo poema em seu DVD.

Selecionei dois registros que avalizam esta obra e dispensam mais justificavas para esta edição:

"Você não pode imaginar o bem que sua poesia me fez.
Poesia 'de mesmo'— expressão de vida, compromisso histórico."
Paulo Freire, Genève, 08 de janeiro de 1980.

"Home, você tem a capacidade de fazer com que os
escritos no sulmaravilha pareçam frescuras. Assim tipo tricô.
Você não faz tricô, você faz bueiros e bilros. Vou contar pra todo mundo."
Henfil, Pasquim, 1981.

Texto extraído das Notas para edição eletrônica do livro NOTICIÁRIO, de Alberto da Cunha Melo, publicado no site http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/noticiario.pdf, escritas por:

Cláudia Cordeiro
Prof. de Literatura Brasileira, ensaísta e webdesigner
Editora do site do poeta: http://www.albertocmelo.com/

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