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terça-feira, 31 de março de 2009

Poeta... Um cão vadio... A voz do sino

POETA

Que coisa estranha é o poeta?
E o carrega no peito
que o força, sempre, a cantar?
Um ninho de marimbondos,
um cão vadio, uma estrela,
uma rosa, uma navalha,
uma vitrola, um vulcão?
E de que é feito o poeta
que quando morre, não morre
como qualquer ser mortal?
Será que é feito de sombra,
de pedra, luz, nuvem, vento,
fogo, gelo, sofrimento
ou tão somente de amor?
As mil vozes do poeta
são mesmo dele ou são ecos
das vozes de todos nós?
Voz de sino, de cigarra,
sirene, metralhadora,
voz de trovão, passarinho,
de trombeta, bandolim?...
Mas importa que ele seja
anjo, demônio, palhaço,
verdugo, réu ou juiz?
Ou basta, apenas, que traga
a sina de jardineiro
para semear palavras
nos corações dos mortais?

AVE, POETA!!!

Antônio Juraci Siqueira

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