Marta Nassar é cineasta, produtora e diretora de três filmes de curta metragem premiados no Brasil, Naiara, a mulher gorila, Quero ser anjo e Origem dos Nomes. Escreveu a apresentação do último livro da Confraria d'Cova dos Poetas, No além, todos não morrem. Agora, deixa os roteiros um pouquinho de lado e incursiona numa seara de "estranhamento" - a poesia.
:::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
ESTRANHAMENTO
Amo tudo o que estranho
Tudo o que sinto e no qual
Não me reconheço
Obscura, desconhecida entranha
O sentir, o devir
Percepção fragmentada
Tudo o que não entendi
Só porque amo
Prolongar sem fim
:::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
NOIVA CELESTIAL
Ama
Crê e espera
Deitada em relva azul
Dos sonhos teus.
No verde da lagoa
Imagina tuas núpcias
Em sétima atmosfera
Em tecido de faíscas
Desenhadas pelo sol
Em águas tremulantes.
O enfeite da cabeça
São os cisnes deslizantes
Nada
Pode ser
Mais deslumbrante.
Rainha
Completos os teus dias em áreas de palácios
Conforta a ti mesma
No aconchego do perdão
Pois sabe que
Nada foi por tua culpa
E exprime um ânimo anormal.
Noiva celestial
Ama
Crê e espera
Eternamente, comprometida
Com o sagrado
Jogo mágico
Da vida.
Marta Nassar
Nenhum comentário:
Postar um comentário