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segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

SE ELA EXISTISSE AINDA

Este poema me foi encaminhado pelo neto do autor, Luis Paulo Peixoto Rocha, colega de trabalho e uma pessoa muito sensível e de agradabilíssima conversa. Antes, porém, que eu o lesse via e-mail, ele me chamou em sua sala (quem imaginaria que naquela sala de importantes decisões tributárias brotaria algo tão inspirador), mostrou-me o poema e pediu permissão para que ele mesmo o lesse para mim. Ele leu aqueles versos com uma voz um tanto embargada, lembrando do avô, que viu partir ainda menino. Hoje, já grisalho, me falava da felicidade que é ter seus pais ainda presentes e poder viver com eles o poema do avô, beijando "seus cabelos brancos".
Obrigado, Paulo, pelo belo momento de vida que me proporcionaste e me desculpe pelo ímpeto incontornável de publicar aqui o poema.
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SE ELA EXISTISSE AINDA
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SE ELA EXISTISSE AINDA E A MIM, UM DIA, VIESSE
PARA QUE TERMINASSE A DURA NOSTALGIA DESTA TRISTE AFLIÇÃO,
EU LHE DARIA, CONTENTE, A BALADA MAIS LINDA,
O SONETO DE AMOR MAIS DOCE QUE EU FIZESSE,
TODA MINHA ALEGRIA, TODO O MEU CORAÇÃO!

EU LHE DARIA UM LAR CHEIO DE PAZ E ENCANTO,
ONDE NUNCA SE OUVISSE A MÚSICA DE UM PRANTO
E ONDE ELA NÃO SOFRESSE A INJÚRIA DE NINGUÉM.

EU LHE DARIA O CÉU ESTRELADO E FREMENTE,
E LHE DIRIA DEPOIS, SORRINDO DOCEMENTE:
MINHA MÃE, MINHA MÃE, COMO TE QUERO BEM!...

EU LHE DARIA O CÉU REPLETO DE ESPLENDORES;
A CARÍCIA DO MAR, O PERFUME DAS FLORES,
TUDO O QUE TRADUZISSE AFETOS FILIAIS.

E ENVOLVIDO NA LUZ DAQUELES OLHOS FRANCOS
EU BEIJARIA DE JOELHOS OS SEUS CABELOS BRANCOS,
SE ELA EXISTISSE AINDA...MAS, NÃO EXISTE MAIS!..
ROCHA JÚNIOR
PS. O avô é pai de Alonso Rocha, o nosso Príncipe dos Poetas, tio do Luis Paulo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Comovente!